Wednesday, April 1, 2009

Chernobyl

Há expressões que oiço com regularidade.

Quando sou informado que estou chato, tento reduzir a minha picardia (sic) e diminuir o índice de perguntas.

Mas que fazer quando se fala na rotina?

Não entendo a palavra nem o contexto, especialmente quando se trata da rotina entre entes que partilham vida e sentimentos.

Se a rotina são os movimentos automáticos (no meu caso, estou a meter em mudanças manuais para evitar inadaptação posterior) que uma pessoa faz no seu dia a dia, estou me marimbando. Uma pessoa não é isso. E o que é dito ou feito nessa altura não será a sua personalidade real. O instinto não deverá ser a faceta que caracteriza uma pessoa. Especialmente em actos mundanos.

Se a rotina são saídas aos mesmos sítios, a solução é fácil, mudem-se os sítios! Não há regras senão as que fazemos para nós próprios. Se bem que estou acometido por falta de imaginação quase por regra. Porquê?

Se a rotina são dois entes verem-se muitas vezes muito tempo, porque raio há de se chamar rotina e não são dadas antes graças aos seres divinos que governam esta terra nossa por ser possível tal coisa?

Já senti a rotina do primeiro tipo, e muito raramento a do segundo. Porque não são os sítios nem a maneira como realizamos as tarefas do dia a dia que definem o proveito que estou a ter. A rotina do terceiro tipo não compreendo nem acredito que exista. Chamem-me naive!

Tuesday, March 31, 2009

Marley & Me

Hoje fui ver um filme muito bom, para o qual não tinha grandes expectativas inicialmente! Owen Wilson, a ex-Friends Jennifer Anniston e uma história à volta dum cão pareciam ser uma receita para um filme que eu não iria apreciar (não tenho nada contra os actores e gosto de bichinhos, mas quando Hollywood faz filmes com estes ingredientes, nem sempre acerta).

Claro que eu estava errado, e o filme é muito bom, parafraseando a sra. que estava ao meu lado (que é bem gira, por sinal), o filme deconstrói o casamento e as diversas etapas pelas quais o casal passa. O cão é importante, e é adorável em todas as suas versões, mas não domina o filme, pelo contrário. É uma peça de um todo, e Owen Wilson conseguiu prender a minha atenção como leading character. Se calhar devia dar mais crédito ao rapaz, sempre fez umas coisinhas independentes que devem ser boas.

Francamente eu até estava à espera de efeitos por computador, porcarias que metem do género em filmes com cães, mas o realizador que desconhecia evitou esse tipo de distracções, até porque não eram precisas. É o "pior cão do mundo" mas também não faz nada de irreal, portou-se melhor que muitos cães noutros filmes, naquelas comédias típicas de animais.

Tudo isto para dizer que não é um filme típico. E se não é uma análise destrutiva à relação entre dois, três ou mais seres como o é Revolutionary Road, é um filme de passagem pelos vários momentos na construção de uma família, e o realizador soube focar tanto os momentos maus e bons.

Falta-me é ler o livro, claro!

Monday, March 23, 2009

Livros

Actualmente estou mais ou menos a meio dos seguintes livros:

-Pulp Fiction: The Villains (Vários Autores) - colectânea de short stories do género de ficção de detectives, prolífico nos anos 40 e 50.

-Wicked (Gregory Maguire) - prenda da que caiu na toca do coelho, ainda não o li todo porque o jargão da terra do Oz às vezes dá-me a volta a cabeça, mas estou a gostar.

- The Fountainhead (Ayn Rand) - conseguiu cativar-me mais rapidamente que Atlas Shrugged, da mesma autora. A história de Howard Roark, um arquitecto fora do vulgar que tenciona construir somente aquilo que sente, numa época (tal como hoje) em que quem ganha é quem se vende aos interesses da generalidade das pessoas.

-Os Maias (Eça de Queirós) - leitura há muito começada, e só agora cheguei a meio. Para cada capítulo bom, como o passeio a Sintra do protagonista, há um capítulo mais chato, como a corrida de cavalos. Demorou a interessar-me, mas já estou a gostar bastante.

-The Lady in the Lake and Other Novels (Raymond Chandler) - um dos difusores com mais sucesso da mítica personagem do detective privado duro e sem emoções externas, este livro contém três histórias de Phillip Marlowe, o detective encarnado por Humphrey Bogart no filme The Big Sleep. Dá gosto ler, no entanto algumas das palavras usadas naquela época ainda me custam a perceber.

- A Lei do Amor (Laura Esquivel) - talvez o livro mais esóterico, é de fácil leitura mas depois veio o Wicked e depois vieram os outros todos e nunca mais o li. Espero corrigir isso!

-Watchmen (Alan Moore, Dave Gibbons) - a reler. Cheguem-se à fnac e paguem os 20 euros, vale bem a pena.

Monday, February 23, 2009

Slumdog Millionaire Winner

Quero deixar aqui os parabéns ao Danny Boyle e associados por terem feito um grande filme digno dos Óscares recebidos.

Saturday, February 21, 2009

Cruisin' to Midnight

Coisas que ninguém pode fazer por nós, como escolher para onde vamos e o que vamos lá fazer.

Os meus amigos da lei, que sabem quem são, incluindo a pessoa que ocupa um cargo simultâneo de amizade e partilha de vida (vulgo amor), são muito mais letrados que este que vos escreve e tenta a todo o custo alcançar maneiras complexas para expressar algo simples.

E é por isso que sem eles eu não saberia o que é o Manifesto Anti-Dantas, e que sem a detentora, não das chaves, mas das fechaduras, da minha vida não teria dado uma segunda oportunidade a um tal Fernando Pessoa. E claro, é quando estou com os meus amigos da lei que oiço nomes como Aquilino Ribeiro e outros nomes que não me lembra agora e que nem uma ida à Wikipedia consegue relembrar.

Espero que isto não dê a impressão que são uns maçudos. De longe! Obviamente diferentes do grupo com quem convivo mais frequentemente, são igualmente pessoas descontraídas com os seus gostos próprios e diferentes, e qualquer ideia de se tratarem de personificações de clichés são desmistificadas passado pouco tempo.

É natural que A que se afigura no meu recanto íntimo se tenha rodeado de pessoas assim, como deve ser, pessoas com as suas próprias manias mas também com a sua amizade para dar.

E porquê falar deles agora e porque não antes? Talvez porque tenha ficado a olhar para livros que neguei anteriormente e que não ocupavam o meu pensamento, e que agora ocupam. E que agora há vontade de os ler. Sim, claro que tenho leituras entre mãos.

The Fountainhead da Sra. Objectivista, cujos objectivos e ideais não acho de todo desprezáveis, ainda me ocupa a cabeceira, assim como um livro com três contos policiais do Raymond Chandler, que venero, um livro pertencente à pessoa que mais importa, e um livro oferecido por essa mesma pessoa, que tenho que recomeçar a ler porque senão qualquer dia já não estarei aqui a escrever coisas, mas numa vala qualquer. E esse livro é o Wicked, que até já há musicais e tudo.

É assim, começa-se a escrever sobre uma coisa e acaba-se a falar das bruxas de Oz.

Desapontado. Nem por isso. Não é suposto escrever-se tudo e acatar-se como se de uma lista de trabalhos se tratasse. 

"We are trying to understand!"





Saturday, February 14, 2009

Jai Ho

Esta é a música que devia ganhar o Óscar. Sim, já ninguém acredita nos óscares, que ultimamente parecem ter-se focado na mesma meia dúzia de realizadores e actores para nomearem. Mas é uma música que permanece uma pujante quantidade de tempo no sistema auditivo (o que eu não dava para ter tido o 12º em Letras e uns aninhos em Direito), e se um Óscar é a melhor maneira de lhe se chamar a atenção, então seja.

E não sei que raio estão para ali a cantar!

EDIT: OS GAJOS TIRARAM O VIDEO DA NET, fica aqui o link que nem dá para embeber, inclui a dança final:

Jai Ho


Friday, January 30, 2009

Noiserv

Pronto lá tou eu a escrever aqui outra vez para os meus fãs. E queria ter escrito antes mas enfim sou um lazy SOB...

Hoje fui à fnac só que em vez(vês?!) de me limitar a passear pelos corredores como normal, fiquei a ver, com a companhia do costume, ao gajo com flauta e teclado e tambor e guitarra que tava sentado lá no palco a fazer uma data de barulho bom. Que por acaso era calmo. Muito soothing, gostei bastante mas não quis comprar o cd de 12,50 €, se bem que valha bem a pena.

Noiserv, ou David n sei quê, ia criando camadas sobre camadas de sons que iam construíndo uma melodia que alguns acharam melancólica e triste mas que eu achei bastante alegre, só que não é um alegre normal. Depois vi a capa do cd, que é um bloco de notas com um cd lá dentro, com um lápis para colorirmos os desenhos (desenhados pelo David himself? não sei!).

A letra é nonsense, se bem que ele seja mais um mumbler do que propriamente um cantor.

Acho que o mais bonito da história é que depois de um de nós ter comprado o cd (e o mais unlikely de nós), li que o cd foi auto-editado pelo Noiserv e está em Creative Commons, ou seja, o meu amigo que comprou o cd pode agora rippar para mp3 e meter na net que o David não se ofende, nem qualquer "editora" que mandasse nele se iria chatear. E nem a brigada de cibercrimes, claro.

É bom ver que não é só lá fora (leia-se, NIN) que se tomam iniciativas destas. Sim, os Radiohead tb tinham a cena do album que se podia comprar por 0 doláres, só que quando eles começaram a vender os multitracks do album para se poder fazer o remix, fiquei triste. A menos que os multitracks também pudessem ser comprados por 0 dólares!

http://www.noiserv.net/