Tuesday, March 31, 2009

Marley & Me

Hoje fui ver um filme muito bom, para o qual não tinha grandes expectativas inicialmente! Owen Wilson, a ex-Friends Jennifer Anniston e uma história à volta dum cão pareciam ser uma receita para um filme que eu não iria apreciar (não tenho nada contra os actores e gosto de bichinhos, mas quando Hollywood faz filmes com estes ingredientes, nem sempre acerta).

Claro que eu estava errado, e o filme é muito bom, parafraseando a sra. que estava ao meu lado (que é bem gira, por sinal), o filme deconstrói o casamento e as diversas etapas pelas quais o casal passa. O cão é importante, e é adorável em todas as suas versões, mas não domina o filme, pelo contrário. É uma peça de um todo, e Owen Wilson conseguiu prender a minha atenção como leading character. Se calhar devia dar mais crédito ao rapaz, sempre fez umas coisinhas independentes que devem ser boas.

Francamente eu até estava à espera de efeitos por computador, porcarias que metem do género em filmes com cães, mas o realizador que desconhecia evitou esse tipo de distracções, até porque não eram precisas. É o "pior cão do mundo" mas também não faz nada de irreal, portou-se melhor que muitos cães noutros filmes, naquelas comédias típicas de animais.

Tudo isto para dizer que não é um filme típico. E se não é uma análise destrutiva à relação entre dois, três ou mais seres como o é Revolutionary Road, é um filme de passagem pelos vários momentos na construção de uma família, e o realizador soube focar tanto os momentos maus e bons.

Falta-me é ler o livro, claro!

Monday, March 23, 2009

Livros

Actualmente estou mais ou menos a meio dos seguintes livros:

-Pulp Fiction: The Villains (Vários Autores) - colectânea de short stories do género de ficção de detectives, prolífico nos anos 40 e 50.

-Wicked (Gregory Maguire) - prenda da que caiu na toca do coelho, ainda não o li todo porque o jargão da terra do Oz às vezes dá-me a volta a cabeça, mas estou a gostar.

- The Fountainhead (Ayn Rand) - conseguiu cativar-me mais rapidamente que Atlas Shrugged, da mesma autora. A história de Howard Roark, um arquitecto fora do vulgar que tenciona construir somente aquilo que sente, numa época (tal como hoje) em que quem ganha é quem se vende aos interesses da generalidade das pessoas.

-Os Maias (Eça de Queirós) - leitura há muito começada, e só agora cheguei a meio. Para cada capítulo bom, como o passeio a Sintra do protagonista, há um capítulo mais chato, como a corrida de cavalos. Demorou a interessar-me, mas já estou a gostar bastante.

-The Lady in the Lake and Other Novels (Raymond Chandler) - um dos difusores com mais sucesso da mítica personagem do detective privado duro e sem emoções externas, este livro contém três histórias de Phillip Marlowe, o detective encarnado por Humphrey Bogart no filme The Big Sleep. Dá gosto ler, no entanto algumas das palavras usadas naquela época ainda me custam a perceber.

- A Lei do Amor (Laura Esquivel) - talvez o livro mais esóterico, é de fácil leitura mas depois veio o Wicked e depois vieram os outros todos e nunca mais o li. Espero corrigir isso!

-Watchmen (Alan Moore, Dave Gibbons) - a reler. Cheguem-se à fnac e paguem os 20 euros, vale bem a pena.

Monday, February 23, 2009

Slumdog Millionaire Winner

Quero deixar aqui os parabéns ao Danny Boyle e associados por terem feito um grande filme digno dos Óscares recebidos.

Saturday, February 21, 2009

Cruisin' to Midnight

Coisas que ninguém pode fazer por nós, como escolher para onde vamos e o que vamos lá fazer.

Os meus amigos da lei, que sabem quem são, incluindo a pessoa que ocupa um cargo simultâneo de amizade e partilha de vida (vulgo amor), são muito mais letrados que este que vos escreve e tenta a todo o custo alcançar maneiras complexas para expressar algo simples.

E é por isso que sem eles eu não saberia o que é o Manifesto Anti-Dantas, e que sem a detentora, não das chaves, mas das fechaduras, da minha vida não teria dado uma segunda oportunidade a um tal Fernando Pessoa. E claro, é quando estou com os meus amigos da lei que oiço nomes como Aquilino Ribeiro e outros nomes que não me lembra agora e que nem uma ida à Wikipedia consegue relembrar.

Espero que isto não dê a impressão que são uns maçudos. De longe! Obviamente diferentes do grupo com quem convivo mais frequentemente, são igualmente pessoas descontraídas com os seus gostos próprios e diferentes, e qualquer ideia de se tratarem de personificações de clichés são desmistificadas passado pouco tempo.

É natural que A que se afigura no meu recanto íntimo se tenha rodeado de pessoas assim, como deve ser, pessoas com as suas próprias manias mas também com a sua amizade para dar.

E porquê falar deles agora e porque não antes? Talvez porque tenha ficado a olhar para livros que neguei anteriormente e que não ocupavam o meu pensamento, e que agora ocupam. E que agora há vontade de os ler. Sim, claro que tenho leituras entre mãos.

The Fountainhead da Sra. Objectivista, cujos objectivos e ideais não acho de todo desprezáveis, ainda me ocupa a cabeceira, assim como um livro com três contos policiais do Raymond Chandler, que venero, um livro pertencente à pessoa que mais importa, e um livro oferecido por essa mesma pessoa, que tenho que recomeçar a ler porque senão qualquer dia já não estarei aqui a escrever coisas, mas numa vala qualquer. E esse livro é o Wicked, que até já há musicais e tudo.

É assim, começa-se a escrever sobre uma coisa e acaba-se a falar das bruxas de Oz.

Desapontado. Nem por isso. Não é suposto escrever-se tudo e acatar-se como se de uma lista de trabalhos se tratasse. 

"We are trying to understand!"





Saturday, February 14, 2009

Jai Ho

Esta é a música que devia ganhar o Óscar. Sim, já ninguém acredita nos óscares, que ultimamente parecem ter-se focado na mesma meia dúzia de realizadores e actores para nomearem. Mas é uma música que permanece uma pujante quantidade de tempo no sistema auditivo (o que eu não dava para ter tido o 12º em Letras e uns aninhos em Direito), e se um Óscar é a melhor maneira de lhe se chamar a atenção, então seja.

E não sei que raio estão para ali a cantar!

EDIT: OS GAJOS TIRARAM O VIDEO DA NET, fica aqui o link que nem dá para embeber, inclui a dança final:

Jai Ho


Friday, January 30, 2009

Noiserv

Pronto lá tou eu a escrever aqui outra vez para os meus fãs. E queria ter escrito antes mas enfim sou um lazy SOB...

Hoje fui à fnac só que em vez(vês?!) de me limitar a passear pelos corredores como normal, fiquei a ver, com a companhia do costume, ao gajo com flauta e teclado e tambor e guitarra que tava sentado lá no palco a fazer uma data de barulho bom. Que por acaso era calmo. Muito soothing, gostei bastante mas não quis comprar o cd de 12,50 €, se bem que valha bem a pena.

Noiserv, ou David n sei quê, ia criando camadas sobre camadas de sons que iam construíndo uma melodia que alguns acharam melancólica e triste mas que eu achei bastante alegre, só que não é um alegre normal. Depois vi a capa do cd, que é um bloco de notas com um cd lá dentro, com um lápis para colorirmos os desenhos (desenhados pelo David himself? não sei!).

A letra é nonsense, se bem que ele seja mais um mumbler do que propriamente um cantor.

Acho que o mais bonito da história é que depois de um de nós ter comprado o cd (e o mais unlikely de nós), li que o cd foi auto-editado pelo Noiserv e está em Creative Commons, ou seja, o meu amigo que comprou o cd pode agora rippar para mp3 e meter na net que o David não se ofende, nem qualquer "editora" que mandasse nele se iria chatear. E nem a brigada de cibercrimes, claro.

É bom ver que não é só lá fora (leia-se, NIN) que se tomam iniciativas destas. Sim, os Radiohead tb tinham a cena do album que se podia comprar por 0 doláres, só que quando eles começaram a vender os multitracks do album para se poder fazer o remix, fiquei triste. A menos que os multitracks também pudessem ser comprados por 0 dólares!

http://www.noiserv.net/

Monday, June 2, 2008

Flutuação do Estar

Odeio a flutuação do estar, o conceito de que todo um bem-estar, estável, toda uma construção criada à volta de crenças obtidas, quer recentemente ou não, uma confiança num futuro risonho, ou num futuro próximo risonho, possa ser abalado, ou se deixe abalar, ou se deixe que o abalem, por pedras "jogadas" da calçada.

Especialmente pela forma como me afecta. Uma espécie de efeito dominó, em que eu sou a última peça, que não tem mais ninguém a empurrar.

Odeio os ses. Odeio que a vida se prenda em ses. Odeio que o bem estar de alguém possa vacilar tão violentamente em tão pouco tempo. Odeio não poder confiar num futuro risonho. Odeio a persistência no problema, e não na solução. Odeio que não se procurem soluções. Odeio que o problema seja de tal forma considerado gravíssimo que se torna na própria vida, e a solução não existe porque o problema já não é visto como evitável, mas como inevitável.
Odeio considerar a vida uma cadeia de problemas inevitáveis. Não o quero. Não o quero para mim nem para ninguém com quem me partilhe.

Quando qualquer impecilho deita abaixo as maiores alegrias, o que esperar da vida?

Não me sinto capaz de fechar-me como uma concha sempre que me deparar com um problema, como este. Hei de desabafar, nem que seja num blog ou num email. As pessoas que gostam de mim não devem ser castigadas por algo de mau, ou algo que eu considero mau, me ter acontecido. Não merecem, especialmente se não o sabem. Especialmente as pessoas que mais gostam de nós. Incondicionalmente.